Relatório do Greenpeace mostra que o país pode crescer com energia renovável e eliminar gradativamente o perigo nuclear sem prejudicar seu abastecimento.
"Ainda é cedo para determinar a proporção dos últimos acontecimentos”, diz Ricardo Baitelo, responsável pela Campanha de Energia do Greenpeace Brasil. “Primeiro as autoridades japonesas afirmam que está tudo sob controle. No momento seguinte, as notícias dão conta de que as estratégias de contenção da última hora não estão sendo suficientes. Não temos sequer como saber se o reator derreteu ou não, já que a temperatura interna, que é muito alta, não permite que técnicos se aproximem da área afetada”, explica Baitelo.
Lançado em 2008, a versão japonesa do relatório Revolução Energética, estudo que traz previsões de como os países podem se desenvolver mais e melhor com o uso das energias limpas, mostra que o Japão pode ter sua matriz energética 60% renovável nos próximos 40 anos.
Para isto, bastaria focar seus investimentos em eólica, biomassa, geotérmica e solar. Graças a seu alto potencial para eficiência energética, com aparelhos mais modernos que consomem menos energia e à queda progressiva do crescimento populacional, o Japão pode também diminuir seu consumo em 53% nos próximos 40 anos.
O resultado deste caminho seria uma redução de 77% de emissões de CO2 até 2050, economia e geração de empregos sem que nem mais uma poeira radioativa ameaçasse a população da ilha. Pelas projeções do relatório, o último reator nuclear daria adeus ao país até 2045.
Fonte: GreenPeace 14 de março, ano 2011
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