sexta-feira, 19 de abril de 2013

Primeiro atendimento de emergência

Chimarrão da tarde na praça com os amigos e sabe quando a gente tá no lugar certo e hora certa ? Voltando pra casa, com a cuia, térmica e na mão um maracujá, conversando com os amigos, de repente uma senhora sai na rua pedindo por socorro, gritando "rápido, rápido". No começo pensei que era uma briga de cachorros ou algo do tipo, depois ví que a mulher gesticulava sinais de "rápido" com ambas as mãos. Me lembro de ter jogado o maracujá pra trás e me virar em pernas.
Quando cheguei, me deparei com uma senhora de cabelos brancos caída na lomba do seu pátio e o pavor tomando conta dos familiares presentes. Logo ví que a senhora havia batido a cabeça no muro, pois havia sangue.
Na correria não fiz o que aprendemos em situações de emergência, me identificar... Só lembro de perguntar se chamaram pelo SAMU, o que até o momento não havia sido solicitado atendimento. Viramos a senhora pois ela estava de bruços, perguntei alguns dados pessoais para verificar seu estado neurológico, pedi um relógio com segundeiro e verifiquei seu pulso. Tranquilo, 67 batimentos por minuto !
Logo por impulso e falta de cuidado meu, estabilizei-a sem luvas, atentando para não tocar no sangue. Primeira tentativa de contato com o SAMU, a familiar conversou com a atendente, mas por algum motivo a chamada foi encerrada (trote?)... Sempre mantendo contato verbal, verificando pulso e seu nível de consciência (escala de Glasgow). Tentei outra chamada para o SAMU através de meu celular. Fui atendido pela atendente, repassei (novamente) a situação e me identifiquei como técnico de enfermagem, ela transferiu a ligação para um médico. Passei os termos da situação, informei que havia acontecido uma queda de uma senhora de 74 anos, com antecedentes de traumatismo craniano, edema na região frontal e laceração com sangramento presente na região ocipital. Uma conversa de profissional para profissional.
Fui informado que não havia ambulâncias disponíveis no momento. O médico orientou que colocássemos a senhora em um carro e levassem para atendimento especializado.
Neste momento, a senhora começou a apresentar desmaios, desníveis de consciência e perda de memória recente. Como estava sem luvas, pedi que a familiar retirasse as próteses dentárias da senhora, para não haver risco de asfixia.
Com ajuda dos amigos e familiares, colocamos a idosa no carro, ligaram o pisca-alerta e partiram para o HPS.
Fechei a porta dando uns tapinhas e desejando boa sorte!
Mil agradecimentos recebidos e um único pensamento na cabeça. Quem somos nós ?


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